É interessante pensarmos nas palavras e no que elas implicam – mesmo quando as achamos em aplicativos informáticos. Procurava descobrir na internet uma forma de recortar um vídeo em que participei anos atrás. As instruções eram claras e facilmente inteligíveis. Fiquei foi a pensar num nome de um botão do aplicativo: «re-author».
Ser reautor, apropriarmo-nos do que já foi feito por outros e isso passar também a fazer parte de nós. Ser reautor será diferente de ser plagiador? Onde começa uma coisa e termina a outra?
É evidente que criar alguma coisa e criar a partir de… (do que somos, do que lemos…) é um movimento legítimo. As ferramentas tecnológicas permitem progressivamente, e em mais complexas combinações, fazer com que os produtos feitos por outros possam ser objeto para o meu ato enquanto autor.
O virtual dissolve as fronteiras rígidas da autoria – da mesma forma que a literatura oral acabava por tornar incógnito a pessoa que tinha contado o texto pela primeira vez.
(originalmente publicado aqui).
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