A principal função de uma ordem é a de manter a regulação do exercício de uma dada profissão. Pode, deve ser parte ativa na construção de legislação sobre a área. Cabe-lhe promover condições para que essa legislação seja observada.

Existem , depois, um sem número de outros papeis: o de lobbying, o da construção de uma consciência de classe profissional. Num primeiro momento também responsabilidades formativas. Concordo com o curso de ética no decurso do estágio profissional.

Mas… um momento: a formação é uma área de exercício da profissão. A ordem ao entrar no mercado, como agora sói dizer-se, passa a assumir dois papeis sobreponíveis: o de regulador e o de regulado – isto simultaneamente.

Ou seja, um colega que seja freelancer ou que gira uma instituição formativa tem como competidor uma instituição com uma posição dominante… a que tem que pagar quotas.

(Note-se que o código de finanças de formador é diferente do de psicólogo em consulta. Porém ética e moralmente a contradição mantém-se).

Exposto sucintamente a questão, adiantemos uma solução. Uma solução que é aplicada aos professores. O modelo dos centros de formação. A Ordem deteta um défice formativo transversal, pretende formar uma bolsa… então delineia um curso tipo em que depois as universidades e centros de formação ou até formadores individuais candidatam-se como centros e formadores certificados. São eles que põem no mercado os cursos com a certificação da Ordem.

O formando candidata-se a cursos reconhecidos pela OPP, os centros de formação adicional as suas mais valias… a OPP pode desempenhar o seu papel em relação a défices formativos sem invadir o mercado profissional dos seus membros.