Surpreende, na leitura de certas crónicas do século XIX, a utilização excessiva de termos franceses. Do mesmo modo, se nos conseguirmos abstrair um pouco da nossa espuma dos dias, deparamo-nos em muitos dos textos que nos acompanham, com uma utilização excessiva de termos anglo-saxónicos.
É claro que muitas das inovações tecnológicas e as novas práticas sociais que lhge são inerentes provêm de países de língua inglesa, mas esta evidência não pode ser justificação para tudo: like em vez de gosto, ou então o pindérico sunset party, entre um infindável número de outros exemplos.
Não sei até que ponto estas expressões se poderão manter na língua: gostar de algo numa rede social será radicalmente diferente, a ponto de justificar uma nova importação, do gostar de algo no mundo real?
Enfim, enquanto aguardamos que a língua se decida e como não somos dotados de poderes divinatórios, expliquemos a nossa provocação de hoje, o dedding.
Ora bem, trata-se de uma palavra luso-britânica. A base é dedo, importando depois a terminação ing. Refere-se então ao ato de tocar repetidamente ou demoradamente um ecrã touch.