A honestidade intelectual não consiste em tentar abrir trincheiras ou estabelecer uma posição, comprovando-a (ou “probabilizando-a”) – a honestidade intelectual consiste antes na especificação precisa das condições em que um indivíduo está disposto a desistir da sua posição. Os marxistas e os freudianos convictos recusam-se a especificar tais condições: e este é o cunho da sua desonestidade intelectual. A crença pode ser uma fraqueza biológica lamentavelmente inevitável, a manter sob o controlo da crítica: mas a convicção é, para Popper, um crime declarado.
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(Falsificação e Metodologia dos Programas de Investigação Científica – Imre Lakatos)