«É esta então a Mãe-Pátria?» – interroga-se Jaime Cortesão nas suas Memórias da Grande Guerra. Tinha-se voluntariado para a frente, integrando o Corpo Expedicionário Português (CEP) como médico militar. As peripécias e os ataques sucedem-se. Acaba gaseado num hospital da retaguarda – também ele alvo da artilharia boche.
Regressa a Portugal de licença, não sem antes se interrogar pela falta de reforços portugueses que rendam as tropas extenuadas. Já em terras lusas acaba sendo detido por ordens de um governo germanófilo e desconfiado de todo o gesto desalinhado e do livre pensamento, no fundo.
É deste modo que termina a carta escrita ainda no cárcere: «É esta a Mãe-Pátria?»
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(fotografia do autor sobre um graffiti)
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