Pequena história em forma de diário. Nele um médico, Poliakov, mantém um diário da sua dependência em relação à morfina. Elencam-se vários motivos interessantes que se viriam, posteriormente, a tornar visíveis em histórias de outros consumidores de substâncias desta família de drogas. Lembramo-nos, concretamente do motivo corporal para contacto com substância, à função de defesa contra a depressão, causada por uma relação amorosa passada e mal resolvida. O consumo da substância como que, magicamente, tornaria irrelevante estes impasses biográficos.
Interessante é ainda o facto do diário ter sido legado a outro médico, Bomgard, o qual se encarregaria da sua publicação. É a ele que, supostamente, deveríamos agradecer a leitura. Analisando depois a biografia do escritor, fica-se a saber que também ele era médico e desenvolveu, num período da sua vida, uma dependência à morfina… A história adquire assim um carácter autobiográfico bastante peculiar…
Há anos atrás investiguei sobre os escritores consumidores, tendo inclusive publicado um artigo sobre o assunto que pode ser lido aqui
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