Que dizer sobre o narcisismo moderno? O computador é um espelho: é na sua superfície que nos olhamos continuamente, julgando olhar o diferente. É nós mesmo que contemplamos: os likes, os comentários, breves afagos no ego.
Ainda assim, insistimos em ligar-nos a máquinas. Os nossos espelhos são deste modo: com mãos tecnológicas que nos podem tornar obsoletos. O eu obsoleto. A rapidez da máquina.
Os gestos continuam a ser possíveis: sentar numa pedra, desligar toda a parafernália.
Será que suportaremos o frio impassível do granito?
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