No final do ano passado li um pequeno apontamento sobre a morte das conversas. Trata-se de um projeto de fotografia que captura modos de interação entre as pessoas e os seus smartphones e dispositivos do género (que pode consultar aqui).
Alguns teóricos que estudam formas de adoecer e o uso das novas tecnologias, relacionam a sua prática como uma forma de não resolver as tarefas desenvolvimentais que a existência põe a todos nós. Para os mais novos será construir a sua identidade, criar o seu grupo de amigos e de afinidades; para os mais velhos a construção da sua a autonomia e desenvolvimento da capacidade de atualização pessoal.
As novas tecnologias podem matar as conversas, modificar as relações interpessoais. Claro que as pessoas se contactam por toda uma uma panóplia de pequenos ecrãs.
Até que ponto esse movimento é de alienação?
Recordo-me do filme O Capital de Costa-Gavras. em que o principal personagem, desempenhado por Gad Elmaleh, após ter uma tensa reunião familiar sai da sala de jantar e confronta-se com uma sala cheia de miúdos que estão completamente alheados do que se passa à sua volta…
Coexiste, pois, junto das potencialidades um enorme potencial de anestesia e de controle social…
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